Sem Barreiras

Barreiras enfrentadas pelas pessoas com deficiência e como superá-las

Apesar dos avanços na legislação e no debate social, nós pessoas com deficiência ainda enfrentamos diversos obstáculos no dia a dia. Essas barreiras não se limitam ao espaço físico, mas também ao campo social, cultural e digital.

Barreiras arquitetônicas e urbanísticas
A falta de rampas, calçadas acessíveis, transporte adaptado e banheiros adequados ainda impede a plena circulação de muitas pessoas. A solução passa por maior fiscalização do poder público, cumprimento da lei e incentivo a projetos urbanos realmente inclusivos.

Barreiras na comunicação e nos meios digitais
Muitos conteúdos ainda não são oferecidos em Libras, audiodescrição ou legendas. Da mesma forma, sites e aplicativos sem acessibilidade digital excluem muitos usuários. A inclusão exige investimento em tecnologias assistivas, treinamento de equipes e respeito às normas de acessibilidade.

Barreiras atitudinais
Com certeza essas são as mais difíceis de superar, pois envolvem preconceito, estigmas e a ideia de incapacidade. Combater esse tipo de barreira requer educação, conscientização e convivência. Campanhas, palestras e exemplos de inclusão ajudam a mudar mentalidades. Quanto mais falarmos sobre o assunto melhor.

Barreiras no mercado de trabalho
Apesar das cotas, muitas empresas ainda resistem em contratar ou, quando contratam, não oferecem condições adequadas para que o profissional com deficiência desenvolva suas habilidades de forma plena. O caminho está na valorização das competências, no cumprimento da legislação e em políticas de inclusão corporativa mais eficazes.

Conclusão
Superar essas barreiras exige união: governo, sociedade civil, empresas e famílias. Mais do que adaptações físicas, é preciso quebrar preconceitos e construir uma cultura de respeito e igualdade.

* Artigo escrito por Márcio Chaves, advogado e pessoa com deficiência física. Formado em Direito pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR), em 1989. Após cerca de cinco anos de atuação na advocacia, ingressou como servidor público no Tribunal de Justiça do Ceará, onde permaneceu por 21 anos. Hoje, retomou trajetória na advocacia com foco na defesa dos direitos das pessoas com deficiência e no Direito Previdenciário. Atualmente, integra a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB-CE.