Corredora cega paralímpica durante uma prova ao lado do seu corredor guia.

Entenda como funciona a divisão por classes dos esportes paralímpicos

08/09/2016 Destaques, Notícias 0
Jogador brasileiro de basquete em cadeira de rodas, de uniforme verde, ergue a bola de basquete, sendo observado pelo adversário, de uniforme branco.

No basquete em cadeira de rodas, cada atleta é classificado de acordo com comprometimento físico-motor.

O primeiro tipo de classificação para pessoas com deficiência física foi desenvolvido ainda no início do esporte para deficientes, que ocorreu na Inglaterra, em 1944, por meio de médicos e especialistas da área de reabilitação.

Com o número crescente de atletas, a melhora considerável da performance e os avanços tecnológicos, muitas modificações têm sido feitas na tentativa de realinhar o esporte de alto rendimento para deficientes a uma classificação que acompanhe essa evolução.

Conceitualmente, a classificação utilizada hoje na prática do desporto adaptado constitui-se em um favor de nivelamento entre os aspectos da capacidade física e competitiva, colocando as deficiências semelhantes em um grupo determinado. Isso permite oportunizar a competição entre indivíduos com várias seqüelas de deficiência, pois o sistema de classificação eficiente é o pré-requisito para uma competição mais equiparada.

O Comitê Paraolímpico Internacional reconhece cinco categorias de deficiência para a participação em competições do IPC: paralisados cerebrais, deficientes visuais, atletas em cadeira de rodas, amputados e les autres.

Aqui no País

No Brasil, o método foi usado pela primeira vez em 1984, no campeonato de Basquete de Rodas (ABRADECAR). Na década de 90, com a introdução da classificação funcional no basquete, também foram propostas mudanças no atletismo.

Como Funciona a Classificação

Cada esporte determina seu próprio sistema de classificação, baseado nas habilidades funcionais, identificando as áreas chaves que afetam o desempenho para a performance básica do esporte escolhido. A habilidade funcional necessária independe do nível de habilidade ou treinamento adquirido. Um atleta que compete em mais de um esporte recebe uma classificação diferenciada para cada modalidade.

A equipe de classificação pode ser composta por três profissionais da área de saúde: médico, fisioterapeuta e um professor de Educação Física. A classificação é realizada em três estágios: médico, funcional e técnico.
Avaliação Médica

Quadra de goalball, com dois times. Embaixo, três jogadores de uniforme azul, e, em cima, três de uniforme branco com um deles arremessando a bola no canto superior direito

Participam do goalball atletas completamente cegos até os que possuem acuidade visual parcial.

Na parte médica é feito um exame físico para verificar exatamente a patologia do atleta bem como sua inabilidade que afeta a função muscular necessária para um determinado movimento. As informações são descritas em fichas apropriadas e arquivadas no banco de dados do CPB.

Avaliação Funcional

Na avaliação funcional são realizados testes de força muscular, amplitude de movimento articular, mensuração de membros, coordenação motora, evidenciando os resíduos musculares utilizados para a performance na prova.

Avaliação Técnica

Por último vem a avaliação técnica que consiste na demonstração da prova realizada utilizando as adaptações necessárias. São observados os grupos musculares na realização do movimento, técnica utilizada, prótese e ortese utilizada.

Durante a competição, os classificadores poderão continuar observando os atletas. O objetivo é analisar todos os aspectos possíveis. O classificador poderá monitorar uma classificação durante vários eventos.

Confira a avaliação funcional em cada modalidade:

ATLETISMO
Consiste na categorização recebida pelos atletas em função da capacidade de realizar movimentos, evidenciando as potencialidades dos resíduos musculares, de sequelas de algum tipo de deficiência, bem como os músculos que não foram lesados.
A avaliação é feita através de teste de força muscular, teste de coordenação (realizado geralmente para atletas com paralisia cerebral e desordens neuromotoras) e teste funcional (demonstração técnica do esporte realizado pelo atleta). Os classificadores analisam o desempenho do atleta considerando os resultados obtidos nos testes.

Para provas de campo (arremesso, lançamentos e saltos)
F11 a F13 – deficientes visuais
F20 – deficientes mentais
F31 a F38 – paralisados cerebrais (31 a 34 para cadeirantes e 35 a 38 para ambulantes)
F40 – anões
F41 a F46 – amputados e outros (les autres)
F51 a F58 – competem em cadeiras (sequelas de poliomielite, lesões medulares e amputações)

Para provas de pista (corridas de velocidade e fundo)
T11 a T13 – deficientes visuais
T20 – deficientes mentais
T31 a T38 – paralisados cerebrais (31 a 34 para cadeirantes e 35 a 38 para ambulantes)
T41 a T46 – amputados e outros (les autres)
T51 a T54 – competem em cadeiras (sequelas de poliomielite, lesões medulares e amputações)

Dois nadadores paralímpicos, ambos de tocas amarelas, e um deles erguendo o braço esquerdo em comemoração à vitória

Daniel Dias é vencedor de nove medalhas paralímpicas e compete nas classes S5, SB4 e SMS

A classificação é a mesma para ambos os sexos. Entretanto, os pesos dos implementos utilizados no arremesso de peso e nos lançamentos de dardo e disco variam de acordo com a classe de cada atleta.

BASQUETE EM CADEIRA DE RODAS
Cada atleta é classificado de acordo com comprometimento físico-motor e a escala obedece aos números 1, 2, 3, 4 e 4,5. Com objetivo de facilitar a classificação e a participação de atletas que apresentam qualidades de mais de uma classe distinta (os chamados casos limítrofes) foram criadas quatro classes intermediárias: 1,5, 2,5 e 3,5. O número máximo de pontuação em quadra não pode ultrapassar 14 e vale a regra de que, quanto maior a deficiência, menor a classe.

BOCHA
Jogadores com paralisia cerebral são classificados como CP1 ou CP2, bem como atletas com outras deficiências severas (como distrofia muscular), que também são elegíveis para competir na bocha. Os jogadores podem ser incluídos em quatro classes a depender da classificação funcional:

BC1: Tanto para arremessadores CP1 como para jogadores CP2. Atletas podem competir com o auxílio de ajudantes, que devem permanecer fora da área de jogo do atleta. O assistente pode apenas estabilizar ou ajustar a cadeira do jogador e entregar a bola a pedido.
BC2: Para todos os arremessadores CP2. Os jogadores não podem receber assistência.
BC3: Para jogadores com deficiências muito severas. Os jogadores usam um dispositivo auxiliar e podem ser ajudados por uma pessoa, que deve permanecer na área de jogo do atleta, mas deve se manter de costas para os juízes e evitar olhar para o jogo.
BC4: Para jogadores com outras deficiências severas, mas que não podem receber auxílio.

CICLISMO
LC – Locomotor Cycling
Para pessoas com dificuldade de locomoção:
LC1 – Atletas com pequeno prejuízo em função da deficiência, normalmente nos membros superiores.
LC2 – Atletas com prejuízo físico em uma das pernas, permitindo o uso de prótese para competição.
LC3 – Atletas que pedalam com apenas uma perna e não podem utilizar próteses.
LC4 – Atletas com maior grau de deficiência, normalmente amputação em um membro superior e um inferior.

Tandem
Para ciclistas com deficiência visual (B1, B2 e B3). A bicicleta tem dois assentos e os ocupantes pedalam em sintonia. Na frente, vai um ciclista não-deficiente visual e, no banco de trás, o atleta com deficiência visual.

Handbike
Para atletas paraplégicos que utilizam bicicleta especial impulsionada com as mãos.

ESGRIMA
Os atletas são avaliados a partir de testes de extensão da musculatura dosrsal, da avaliação do equilíbrio lateral com membros superiores abduzidos com e sem a arma, da extensão da musculatura dorsal com as mãos atrás do pescoço, entre outros.

Arqueiro paralímpico americano segura o arco com o pé direito e puxa a flecha com a boca

Arqueiros na classe ARW1 possuem deficiência nos braços e pernas (tetraplegia) e na ARW2, paraplegia e mobilidade articular limitada nos membros inferiores.

Classe 1A – Atletas sem equilíbrio sentado, que têm limitações no braço armado, não possuem extensão eficiente do cotovelo em relação à gravidade e não possuem função residual da mão, fazendo com que seja necessário fixar a arma com uma atadura. É comparável à antiga ISMGF 1A, ou tetraplégicos com lesões espinhais no nível da C5/C6.
Classe 1B – Atletas sem equilíbio sentado e com limitações no braço armado. Há extensão funcional do cotovelo mas não há flexão dos dedos. A arma precisa ser fixada com uma bandagem. É comparável ao nível completo de tetraplegia no nível da C7/C8 ou lesão incompleta superior.
Classe 2 – Atletas com total equilíbrio sentado e braço armado normal, com paraplegia do tipo T1/T9 ou tetraplegia incompleta com sequelas mínimas no braço armado e bom equilíbrio sentado.
Classe 3 – Atletas com bom equilíbrio sentado, sem suporte de pernas e braço armado normal, como paraplégicos da T10 à L2. Atletas tanto com pequenos resquícios de amputação abaixo do joelho ou lesões incompletas abaixo da D10 ou deficiências comparáveis podem ser incluídos nesta classe, desde que as pernas ajudem na manutenção do equilíbrio sentado.
Classe 4 – Atletas com um bom equilíbrio sentado e com suporte das extremidades superiores e braço armado normal, como lesões abaixo da C4 ou deficiências comparáveis.
Limitações mínimas – Deficiência dos membros inferiores comparável a amputações abaixo do joelho.

No caso de lesões cerebrais ou mesmo em caso de dúvida, é necessário completar a avaliação observando o atleta no momento do confronto.

FUTEBOL DE CINCO
Os atletas são divididos em três classes que começam sempre com a letra B (blind, cego em inglês).

B1 – Cego total: de nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos até a percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância ou direção.
B2 – Jogadores já têm a percepção de vultos. Da capacidade em reconhecer a forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 e/ou campo visual inferior a 5 graus.
B3 – Os jogadores já conseguem definir imagens. Da acuidade visual de 2/60 a acuidade visual de 6/60 e/ou campo visual de mais de 5 graus e menos de 20 graus.

FUTEBOL DE SETE
Os jogadores são distribuídos em classes de 5 a 8, de acordo com o grau de comprometimento físico. Quanto maior a classe, menor o comprometimento do atleta. Durante a partida, o time deve ter em campo no máximo dois atletas da classe 8 (menos comprometidos) e, no mínimo, um da classe 5 ou 6 (mais comprometidos). Os jogadores da classe 5 são os que têm o maior comprometimento motor e, em muitos casos, não conseguem correr. Assim, para estes atletas, a posição mais comum é a de goleiro. Vale lembrar que a paralisia cerebral compromete de variadas formas a capacidade motora dos atletas, mas, em cerca de 45% dos indivíduos, a capacidade intelectual não é comprometida.

GOALBALL
Participam atletas com algum tipo de dificuldade visual, conforme classes que vão de B1 ao B3, ou seja, do atleta completamente cego até os que possuem acuidade visual parcial. Quanto menor o código de classificação, maior o grau da deficiência. Todas as classificações são realizadas através da mensuração do melhor olho e da possibilidade máxima de correção do problema. Atletas que usam lentes de contato ou óculos normalmente os utilizam durante a classificação, ainda que não utilizem na competição, já que, assim como no futebol de cinco, os atletas das classes B2 e B3 (com visão parcial) utilizam venda durante as competições.

HALTEROFILISMO
É a única modalidade em que os atletas são categorizados por peso corporal, como no halterofilismo convencional. São elegíveis para competir atletas amputados das classes A1 a A4, les autres com limitações mínimas, atletas das classes de paralisia cerebral e atletas das classes de lesões na medula espinhal. Os competidores precisam ter a habilidade de estender completamente os braços com não mais de 20 graus de perda em ambos cotovelos para realizar um movimento válido de acordo com as regras.

Treino da seleção brasileira de vôlei sentado com cinco jogadores de um lado da rede e dois do outro lado, com um deles fazendo o movimento de levantamento da bola

No vôlei sentado, competem atletas com algum tipo de dificuldade de locomoção e/ou amputação devido a acidentes ou sequelas de doenças diversas.

HIPISMO
As habilidades funcionais de cada cavaleiro definem o enquadramento em uma das quatro classificações.

Classe I
Predominantemente, para cadeirantes com pouco equilíbrio do tronco e/ou debilitação de funções em todos os quatro membros, ou nenhum equilíbrio do tronco e bom funcionamento dos membros superiores.

Classe II
Predominantemente, para cadeirantes ou aqueles com severa debilitação envolvendo o tronco, além de leve a bom equilíbrio do tronco ou severa debilitação unilateral.

Classe III
Predominantemente, para atleta capaz de caminhar sem suporte, com moderada debilitação unilateral. Podem requerer o uso de cadeira de rodas para longas distâncias ou devido à pouca força. Atletas que têm total perda de vista em ambos olhos.

Classe IV
Debilitação de um ou mais membros ou algum grau de deficiência visual.

JUDÔ
Os atletas são divididos em três classes que começam sempre com a letra B (blind, cego em inglês). Homens e mulheres têm o mesmo parâmetro de classificação.

B1 – Cego total: de nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos até a percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância ou direção;
B2 – Lutadores que já têm a percepção de vultos. Da capacidade em reconhecer a forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 ou campo visual inferior a 5 graus;
B3 – Os lutadores conseguem definir imagens. Acuidade visual de 2/60 a 6/60 ou campo visual entre 5 e 20 graus.

NATAÇÃO
O atleta é submetido à equipe de classificação, que procederá a análise de resíduos musculares por meio de testes de força muscular; mobilidade articular e testes motores (realizados dentro da água). Vale a regra de que, quanto maior a deficiência, menor o número da classe. As classes sempre começam com a letra S (swimming) e o atleta pode ter classificações diferentes para o nado peito (SB) e o medley (SM).

S1 a S10 / SB1 a SB9 / SM1 a SM10 – nadadores com limitações físico-motoras;
S11, SB11, SM11 S12, SB12, SM12 S13, SB13, SM13 – nadadores com deficiência visual (a classificação neste caso é a mesma do judô e futebol de cinco);
S14, SB14, SM14 – nadadores com deficiência mental.

REMO
No remo, a classe somente braços (A1+) utiliza acento fixo e com encosto. O barco é o single skiff com tripulação masculina ou feminina.

Na classe troncos e braços (TA 2x), os acentos são fixos. O barco utilizado é o double skiff, com tripulação mista: um homem e uma mulher.

A classe pernas, tronco e braços (LTA) usa acento deslizante no barco four skiff, com timoneiro e tripulação mista: dois homens e duas mulheres.
Para braços (A1+)

Paralisia cerebral: CP4, de acordo com a CP-ISR;
Prejuízo neurológico: equivalente a uma lesão completa na medula, no nível T 10;
Perda de função motora no tronco e pernas;

Caso apresente perda motora nos membros superiores, poderá utilizar equipamentos para adaptações para a prática da modalidade.
Para tronco e braços (TA 2x)

Amputações nos membros inferiores que impossibilitem a utilização do acento deslizante;

Paralisia cerebral: CP5, de acordo com a CP-ISR;

Prejuízo neurológico: equivalente a uma lesão completa na medula, no nível L4.
Para pernas, tronco e braços (LTA 4+)

Cegueira: 10% de visão, de acordo com a IBSA (B1, B2 e B3); uso obrigatório de venda – não poderá compor a mesma tripulação 2 atletas B3;
Amputação: a) um único pé; b) 3 dedos da mão que permitam ao atleta a utilização do acento deslizante;

Paralisia cerebral: CP8, de acordo com a CP-ISRA;

Prejuízo neurológico: mínima perda motora conforme tabela manual FISA EX. flexão e extensão do tornozelo, punho ou ombro;

Prejuízo intelectual: critérios da Federação Desportiva Internacional para Pessoa com Inaptidão Intelectual (INAS-FID) para eventos não qualificatórios IPC.

Para timoneiro
Em eventos adaptáveis, não há nenhuma limitação relativa a idade, gênero ou elegibilidade.

RÚGBI EM CADEIRA DE RODAS
O rúugbi em cadeira de rodas é praticado por atletas tetraplégicos dos sexos masculino e feminino. Os jogadores são categorizados em sete classes a depender da habilidade funcional: 0,5; 1,0; 1,5; 2,0; 2,5; 3,0 e 3,5. As classes superiores são destinadas aos atletas que têm maiores níveis funcionais e as classes mais baixas são para jogadores de menor funcionalidade. A classificação é baseada nos seguintes componentes:

Teste de banco: teste muscular realizado em toda a extremidade da musculatura superior, além do exame do alcance do movimento, tônus e sensação;

Teste funcional do tronco: é realizada uma avaliação do tronco e das extremidades inferiores em todos os planos e situações, que pode incluir um teste manual da musculatura do tronco;

Testes de movimentação funcional.

TÊNIS DE MESA
Os atletas são divididos em onze classes distintas. Segue a lógica de que, quanto maior o número da classe, menor é o comprometimento físico-motor do atleta. A classificação é realizada a partir da mensuração do alcance de movimentos de cada atleta, força muscular, restrições locomotoras, equilíbrio na cadeira de rodas e a habilidade de segurar a raquete.

TT1, TT2, TT3, TT4 e TT5 – atletas cadeirantes;
TT6, TT7, TT8, TT9, TT10 – atletas andantes;
TT11 – atletas andantes com deficiência mental.

TÊNIS EM CADEIRA DE RODAS
O único requisito para que uma pessoa possa competir em cadeira de rodas no tênis é ter sido medicamente diagnosticada uma deficiência relacionada com a locomoção. Ou seja, deve possuir total ou substancial perda funcional de uma ou mais partes extremas do corpo. Se, como resultado desta limitação funcional, a pessoa for incapaz de participar de competições de tênis para atletas sem deficiência física, deslocando-se na quadra com velocidade adequada, estará credenciada para participar dos torneios de tênis para cadeirantes.

TIRO COM ARCO

Tiro com Arco em Pé (ARST)
Arqueiros na classe de pé não possuem deficiência nos braços. Possuem algum grau de perda de força muscular nas pernas, de coordenação ou mobilidade articular. Arqueiros nesta classe podem escolher por competir sentados numa cadeira normal com os pés no solo ou de pé.

Tiro com Arco em Cadeira de Rodas 1 (ARW1)

Arqueiros na classe ARW1 possuem deficiência nos braços e pernas (tetraplegia). Possuem alcance limitado dos movimentos, força e controle dos braços e pouco ou nenhum controle do tronco. As pernas não são consideradas funcionais, devido a amputações e/ou limitações semelhantes de movimento, força e controle.

Tiro com Arco em Cadeira de Rodas 2 (ARW2)

Arqueiros na classe ARW2 possuem paraplegia e mobilidade articular limitada nos membros inferiores. Estes atletas requerem uma cadeira de roda para uso diário.

TIRO ESPORTIVO
O tiro utiliza um sistema de classificação funcional que permite que atletas com diferentes tipos de deficiência possam competir juntos, tanto no individual como por equipes. Dependendo das limitações existentes (grau de funcionalidade do tronco, equilíbrio sentado, força muscular, mobilidade de membros superiores e inferiores), e das habilidades que são requeridas no tiro, os atletas são divididos em três classes: SH1, SH2 e SH3. Mas as competições paraolímpicas incluem apenas as classes SH1 e SH2. A diferença básica entre SH1 e SH2 é que atletas da SH2 podem usar suporte especial para a arma, que obedecem às especificações do IPC. Os atletas da SH3 possuem debilitação visual.

A classificação do Tiro é dividida em três classes principais:
SH1: atiradores de pistola e rifle que não requerem suporte para a arma;
SH2: atiradores de rifle que não possuem habilidade para suportar o peso da arma com seus braços e precisam de um suporte para a arma;
SH3: atiradores de Rifle com deficiência visual.

VELA
O sistema de pontuação baseado no nível de habilidade permite que atletas com diferentes tipos de deficiência possam competir juntos. Após a avaliação dos atletas pelo comitê classificador, são concedidos pontos, baseados nas habilidades funcionais, que vão de 1 a 7, indo do mais baixo ao mais alto nível de funcionalidade, respectivamente. Atletas com deficiência visual são situados em uma das três classes de competição, baseadas em sua acuidade visual e campo de visão. Para assegurar a participação de atletas com todas as contagens de pontos e todas as classes de deficiências, a pontuação agregada não pode ser maior do que 14, o que permite aos velejadores com mais deficiência participar das competições.

Na classe de barcos SKUD-18, os velejadores são classificados como TPA ou TPB. Os velejadores são classificados como TPA quando são adjudicados em 1 ponto pela classificação funcional, ou, quando completando mais de 1 ponto, têm a pontuação funcional do membro superior em 80 pontos ou menos na combinação de ambos os braços, juntamente com uma perda de 30 pontos no melhor braço.

Os velejadores são classificados como TPB quando eles têm ao menos uma deficiência mínima que os torna eligíveis para velejar. Pelo menos um dos velejadores precisa ser mulher. Para a classe de barcos 2.4mR, os velejadores apenas precisam possuir uma deficiência mínima.

VOLEIBOL SENTADO
Competem atletas com algum tipo de dificuldade de locomoção e/ou amputação devido a acidentes ou sequelas de doenças diversas. O sistema de classificação funcional do voleibol é dividido, portanto, entre amputados e os outros (les autres). Para amputados, são nove classes básicas baseadas nos seguintes códigos:

AK – acima ou através da articulação do joelho (em inglês, above knee)
BK – abaixo do joelho, mas através ou acima da articulação tálus-calcanear (below knee)
AE – acima ou através da articulação do cotovelo (above elbow)
BE – abaixo do cotovelo, mas através ou acima da articulação do pulso (below elbow)
Código básico de classificação para amputados:

Classe A1 = Duplo AK
Classe A2 = AK Simples
Classe A3 = Duplo BK
Classe A4 = BK Simples
Classe A5 = Duplo AE
Classe A6 = AE Simples
Classe A7 = Duplo BE
Classe A8 = BE Simples
Classe A9 = Amputações combinadas de membros inferiores e superiores

Em les autres são enquadradas pessoas com alguma deficiência locomotora. Atletas pertencentes a categorias de amputados, paralisados cerebrais ou afetados na medula espinhal (paratetra-pólio) podem participar de alguns eventos pela classificação les autres.

* Legenda da foto: Terezinha Guilhermina possui seis medalhas paralímpicas e é especialista nos 100m, 200m e 400m rasos das classes T1 e T2. Foto do jornal O Povo.
** Matéria retirada do Comitê Paralímpico Brasileiro (clique aqui)

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