Foto tirada em uma praia em que três adultos ajudam duas crianças a entrar no mar, usando andadores feitos com tubos de PVC. Ao fundo, diversas pessoas em roupas de banho

Projeto cria andadores de PVC para crianças com deficiência usarem na praia

10/02/2017 Deficiência Motora, Histórias de vida, Notícias 0
Foto tirada em uma praia em que um garotinho passeia em uma esteira azul com um andador verde feito com tubos de pvc

Lucas Mallet, de 11 anos, foi um dos participantes da ação promovida pelo Projeto Tampinha Legal

Foi ao som do Tema da Vitória, música que tantas vezes embalou Ayrton Senna no pódio, que um grupo de sete crianças com deficiência desceu a rampa de trás da Casa de Verão do Sesc/RS, em Tramandaí, rumo à areia. Usando andadores coloridos, feitos com canos de PVC e rodinhas de triciclos, os alunos do Educandário São João Batista, de Porto Alegre, experimentaram pela primeira vez um banho de mar sem os equipamentos metálicos ou as cadeiras de rodas.

Lucas Mallet, de 11 anos, foi um dos participantes da ação promovida pelo Projeto Tampinha Legal, criada pelo Congresso Brasileiro do Plástico (CBP). Eufórico, o menino não queria sair da beira da água.

— Água, água! — repetia para a mãe, Carine Mallet, e para o pai, Luciano Serrat, que o acompanhavam.

Antes, a família precisava usar a cadeira de rodas até um trecho e depois carregar o menino para a água no colo.

— Era bem cansativo — lembra o pai.

Emocionada, Carine vibrou com a liberdade que o andador plástico dá ao filho:

— Primeira coisa foi a emoção de tocar aquela música e ver ele descendo sozinho. Ele tem uma vibração genial. Ver ele fazendo isso sem ter que depender de alguém foi maravilhoso. Quando ele chegou na água foi mais emocionante ainda.

Mais leves, práticos e baratos — um andador de PVC custa, em média R$ 100, valor bem abaixo dos tradicionais — o equipamento tem ainda os benefícios de poder ser molhado na água salgada e de andar na areia com facilidade.

Foto em uma praia com um garotinho em uma esteira verde de borracha, usando um andador também verde, feito com tubos de PVC. Ao redor dele, vários adultos batem fotos com celular e aplaudem

Os andadores de PVC são mais leves e mais baratos, cerca de R$ 100, além de poderem ser usados na água, sem estragá-los.

— A ideia é um andador que não degrade na água e que ande na areia fofa — diz o assessor técnico do Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado Rio Grande do Sul (Sinplast), Manuel Gonzales.

Os equipamentos foram desenvolvidos durante uma oficina promovida em dezembro no próprio educandário e contou com a participação da terapeuta ocupacional Mariana Saar. Ela que ensinou como é possível criar um andador usando materiais simples e baratos.

— Queremos que as pessoas aprendam a fazer — destaca.

O projeto

Criado pelo Congresso Brasileiro do Plástico, o Projeto Tampinha Legal tem como objetivo arrecadar tampinhas e lacres que ficam no gargalo das garrafas, tanto para preservar o meio-ambiente quanto para reverter a sua venda em verba para entidades assistenciais.

* Matéria retirada do site ZH Vida e Estilo, de Camila Kosachenco (acesse aqui)

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