Somos quem podemos ser. Sonhos que podemos ter!
Formiga carregando uma tora de madeira bem mais pesada do que ela é uma analogia às dificuldades das pessoas com deficiência
Nasci em 1977 e lutei para sobreviver em meio à fragilidade do meu corpo. Cresci rodeada de olhares preconceituosos. Sofri bullying de forma tão sutil que nem consegui perceber a dor dilacerar a minha autoestima.
A superproteção familiar e social dificultou enormemente o meu amadurecimento emocional. Tenho cicatrizes e feridas abertas até hoje, mas não permaneci imóvel! Segui em frente!
Fiz fisioterapia, aprendi a nadar, voltei a caminhar com um receio gigantesco que pudesse cair e não levantar mais. Enfrentei os ‘elefantes’ que iriam passar por cima de mim na escola e depois na faculdade. Trabalhei arduamente aprendendo uma profissão de forma muito mais empírica do que teórica.
Escrevi muitas reportagens, fiz diversas entrevistas, realizei palestras inesquecíveis, participei de eventos importantes, gravei vídeos e depoimentos interessantes, articulei assuntos, comentei polêmicas, dei a cara à tapa. Viajei sozinha, abri portas e fechei janelas. Poderia ter feito mais? Poderia ter feito diferente? SIM!
Cometi erros? Acovardei-me? Troquei os pés pelas mãos? Fui com muita sede ao pote? Tive medo? Fiz escolhas precipitadas? SIM!! E hoje não tenho vergonha alguma de assumir!
Ações equivocadas ou não. Ainda colho os frutos que plantei. Pago o preço pelas escolhas que fiz. Mas, colho também os pesos que jogaram sobre os meus ombros! Afinal, não é bolinho viver com autonomia em uma sociedade que te ignora 24 horas por dia em todos os lugares.
Formiga empurra uma pedra, uma alusão ao Trabalho de Sísifo, da Mitologia Grega
Falar de inclusão, diversidade, respeito às minorias, as pluralidades, as capacidades, ao politicamente correto, é fácil! Quero ver é colocar a mão na massa, levantar a bunda da cadeira e aceitar de coração aberto a IMPERFEIÇÃO de todos os seres humanos: seja com qualquer deficiência aparente ou não!
Várias conquistas foram alcançadas, muitas vitórias foram conseguidas… A realidade foi alterada? Pode se dizer que sim, mas em termos. Pois o copo meio vazio ainda é bem maior do que a metade cheia!
Sei que sou uma formiguinha neste mundo… Tenho muito que aprender… Respeito os meus limites físicos e emocionais. Mas não me paraliso!! Sinto que em meio a tempestades e tormentas, tomei muitos caldos, mas levantei e continuei lutando!
Nunca desisti de viver, ser feliz e mostrar as pessoas que temos o direitos de ser quem somos; e podemos sonhar com o que quisermos, mesmo que nunca conseguiremos alcançar um dia (o que vale é o caminho!) ou demore uma vida inteira para conquistarmos!
Pessoal, não esqueçam de conhecer a minha trajetória profissional em meus dois blogs: o Caleidosópio: https://leandramigottocerteza.blogspot.com/ e o Fantasias Caleidoscópicas: https://fantasiascaleidoscopicas.blogspot.com/
Perfil profissional: https://www.linkedin.com/pub/leandra-migotto-certeza/41/121/a
Vídeos: TV UNESP: https://youtu.be/-Nrr1kn-zWI
TV UNESP Programa Artefato: https://www.youtube.com/watch?v=OtwnqFchqmY&t=8s
Leandra Migotto
Leandra Migotto Certeza é jornalista (MTb 40546), consultora e palestrante em inclusão e Direitos Humanos das pessoas com deficiência desde 1998. Hoje, faz cursos de Jornalismo Literário e Escrita Criativa.
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