Foto em preto e branco da Praça do Ferreira, com a torre do relógio à direita, prédios ao fundo, vários bancos e pessoas caminhando ou sentadas

Meu “passado” em Fortaleza

19/08/2018 Notícias 0

Este texto é de autor desconhecido. Ele foi postado no grupo de Sem Barreiras do Whats’App pelo membro Célia Regina, professora aposentada do Departamento de Química da Universidade Federal do Ceará e que possui Osteogênese Imperfeita.

Foto horizontal da fachada do Cine São Luiz, em Fortaleza. Na placa, que vai de uma ponta a outra da foto, escrito São Luiz, em branco, e Secult 50 anos, Cineteatro São Luiz, Show Cristiano Pinho e Manasses 05/02 às 18h, em vermelho. Na calçada, pessoas caminham e um homem vende picolé

Cine Teatro São Luiz é um dos prédios culturais mais tradicionais de Fortaleza, inaugurado em 1958 e com capacidade para 1050 pessoas.

Ah, quanta saudade dessa Fortaleza!

Fortaleza onde se vendia “chegadinha” na calçada (o “homi” passava tocando o triângulo)… Vendia-se algodão doce na rua, feito no carrinho com a forma de metal aquecida com lamparina…

E o verdureiro ia de porta em porta montado no jumentinho e vendendo verduras frescas…

Era chique ir na LOBRÁS subir e descer na “primeira” escada rolante da cidade…

Tempo da MESBLA na Senador Pompeu, das PENAMBUCANAS… Fazer compras na SAMASA, na ESMERALDA… Passear no CENTER UM (o primeiro shopping da cidade) e comprar no JUMBO… Ir à ESQUISITA ou sapataria BELÉM experimentar o “kichute”, o tênis ou o sapato “carinha de bebê” para a volta às aulas (os alunos “pequenos” estudavam EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA e os “grandes”, OSPB)… E o ROMCY tinha “barato do dia”…

Moda era calça cocota e blusa frente única… Ou touquinha brilhosa da Miss Lene, o vestido tomara-que-caia, blusa de “elastex”, ou as meias “Dancin’Days”… Um tempo de “batom roll-on” sabor morango da Avon, de perfumes RASTRO, TOQUE DE AMOR, CHARISMA e CONTOURÉ… Usar tamanco DR. SCHOLL’S era chique!

Fortaleza do tempo dos “mingaus pops” da TATARANA e da SANTA ESMERALDA… Do barzinho CARBONO 14…

Da velha Ponte Metálica, em tempo de cair (mas não caía!)…

Ir ao RECREIO CLUBE DE CAMPO era uma viagem, com muito verde e salinas pelo caminho… Passar férias na colônia de férias do SESC em Iparana e na COFECO era tudo de bom… Em JERI a energia desligava no fim da noite…

Houve época boa de comer no restaurante CIRANDINHA ou na TOCA DO COELHO…

Ou jantar no ALFREDO O REI DA PEIXADA, onde sempre aparecia um boneco ventríloquo para divertir a gente…

Aventura era ir à bodega comprar chiclete (PLOC, PING-PONG ou ADAMS), ou tocar as campainhas das casas das ruas próximas e sair correndo… Jogar “carimba” ou brincar de “pular macaca” riscando os quadros na calçada, com giz ou pedaços de tijolo…

A Fortaleza já foi do pequeno zoológico no PARQUE DAS CRIANÇAS… Fortaleza de fazer fila na bombonière e comprar MENTEX ou Balas SOFT coloridas antes de assistir ao filme no CINE SÃO LUIZ onde se pagava “meia” com a Carteira de Estudante (e o “lanterninha” sempre achando um lugar vago para os atrasados ou brigando com os bagunceiros!)…

Era tempo de shows de MPB no GINÁSIO PAULO SARASATE, na pista ou arquibancada… Do PROJETO PIXINGUINHA a preços populares…

Programa dos sábados era ver pela TV o IRAPUAN LIMA, à tarde (“Cadê Cacá, Cacá, Cacá? Tá no Boris, Boris, Boris!”) e o CHACRINHA, à noite (“Vai para o trono ou não vai?”)… Aos domingos, tomar sorvete e ir ao aeroporto PINTO MARTINS ver os aviões decolarem e pousarem… Ou ir ao estádio com a família para chupar ROLETES DE CANA que vinham fincados em uns espetinhos…

Velha Fortaleza da “feirinha da PRAÇA PORTUGAL”, na sexta feira… E da “feirinha da 13 DE MAIO”, aos sábados… Fortaleza do tempo do AQUARIUS (Jardim da Menopausa) na Beira-mar, do OBÁ-OBÁ, da VOLTA DA JUREMA… Tempo em que a Av. Senador Virgílio Távora ainda era Av. Estados Unidos…

Em minha Fortaleza tomava-se picolé da GELATTI, SORVETE FREE ou picolé de CREME HOLANDÊS, comprados nos carrinhos que passavam na rua… Merendava-se com GRAPETTE, GUARANÁ TAÍ, WILSON ou CACIQUE, laranja MIRINDA ou SUKITA, e CRUSH nesse tempo era um refrigerante…

Nessa Fortaleza vivíamos um tempo de tão pouca violência que a gente nem ouvia falar… Tempo bom, de lembranças gostosas…
Ô Fortaleza “lugar pai d’égua”!

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