Grupos de escoteiros ampliam participação de pessoas com deficiência
A participação de pessoas com deficiência em grupos de escoteiros está crescendo no País, a partir de iniciativas e projetos que atendem aos objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 da ONU (Organização das Nações Unidas). Em 2016, o planejamento estratégico da União dos Escoteiros do Brasil incluiu temas relacionados a diversidade e inclusão, mas o grupo Escoteiros do Brasil – Região de São Paulo promove atividades voltadas ao tema desde 1998.
“Em setembro de 2018, criamos a equipe de Diversidade e Inclusão, que ajuda os grupos escoteiros a atender, de acordo com a política interamericana, toda a variedade de pessoas com e sem deficiência”, explica Alexandre Liber, coordenador regional da equipe de inclusão do Mundo Melhor. “Assim, promove um escotismo inclusivo com todas as pessoas tratadas de forma igualitária, sem preconceito ou discriminação”, diz o coordenador.
A meta é ter presença constante de escoteiros com deficiências nos grupos, mas ainda não é possível determinar quantas pessoas com deficiência fazem parte. A Regional de São Paulo está levantando esse número. “Isso não quer dizer que as unidades escoteiras locais paulistas já não estejam atuando com pessoas com deficiência”, ressalta Liber.
O movimento escoteiro é voltado para jovens de 6,5 a 21 anos. Após 21 anos, o participante se torna chefe-voluntário para educação dos demais jovens. Na primeira fase, entre 6,5 e 10 anos, integra o Ramo Lobinho. Depois, entre 11 a 14 anos, o Ramo Escoteiro. Dos 15 aos 17 anos, o Ramo Sênior. A partir de 18 anos até 21, entra no Ramo Pioneiro.
“Dentro da faixa etária, qualquer pessoa pode fazer inscrição em qualquer grupo (o recomendado é que seja o mais próximo da casa dele)”, comenta Liber.
MAIS INCLUSÃO – “O método escoteiro e o programa educativo dos Escoteiros do Brasil são nossas principais ferramentas de trabalho. Tais recursos já são suficientemente flexíveis para incluir uma ampla variedade de situações. Nosso maior desafio hoje está no envolvimento e na qualificação de nossos educadores voluntários (chefes) para a causa da inclusão”, define o coordenador.
“Para isso, estamos à disposição dos grupos escoteiros que queiram tirar dúvidas de como ser acessível ou melhorar sua acessibilidade. De forma que eles estejam prontos para receber a pessoa com deficiência em qualquer momento. E a qualificação dos chefes será dada durante cursos que já acontecem para seu aperfeiçoamento”, afirma.
ESCOTEIROS SÃO INCLUSIVOS? – “Da mesma forma que nossa sociedade vem avançando progressivamente no tema da inclusão e acessibilidade, o escotismo, na condição de mais um integrante dessa sociedade, vem trabalhando também neste sentido”, defende o coordenador.
“Já é relativamente comum encontrarmos em nossas unidades escoteiras associados com deficiência. O objetivo é estar cada vez mais aberto e realmente preparado para recebê-los. Exemplos próximos são os grupos escoteiros Corrente e Sardarabad. Ambos têm jovens com deficiência e transtornos neurológicos”, completa Alexandre Liber.
* Matéria de Luiz Alexandre Souza Ventura, do blog Vencer Limites, do Estadão (clique aqui)
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